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O “sinus pilonidal”, frequentemente chamado de quisto sacrococcígeo, tem uma localização habitual na “região do cóccix”. É uma doença inflamatória comum, com uma incidência estimada de 26:100.000 e predomínio nas idades jovens. Esta patologia surge devido a uma reação de corpo-estranho causada pela retenção crónica de detritos de pelos na prega glútea e é facilitada pela fricção local dos folículos pilosos.
É uma doença altamente debilitante e incapacitante em todas as fases da sua evolução. Na fase inicial, em que só se nota uma tumefação entre as nádegas, a pessoa queixa-se frequentemente de dor e desconforto. No entanto, o processo inflamatório que leva ao aparecimento do “sinus” facilita a criação de abcessos subcutâneos, altamente dolorosos, e que quase sempre obrigam a uma drenagem cirúrgica (“lancetar”) no Serviço de Urgência. Este é sempre um momento muito doloroso e com necessidade de realizar pensos ao longo das semanas seguintes. Adicionalmente, como esta drenagem não é curativa, e o processo inflamatório/infeccioso se auto-perpetua, surge a formação de múltiplos trajetos fistulosos (“aberturas”), a ligar o abcesso e a pele. Estas aberturas permitem a saída de pús, e de detritos, o que causa grande desconforto, pois obrigam a usar pensos de forma crónica para evitar a conspurcação da roupa. Habitualmente, esta fase acompanha-se de um odor forte e desagradável, causado pela decomposição bacteriana dos detritos acumulados.
O tratamento cirúrgico clássico, até agora o único capaz de tentar curar a doença, embora possa ter várias adaptações (ferida aberta, ferida fechada, ferida fechada com retalhos diversos, com ou sem dreno…) passa sempre pela excisão da totalidade do “sinus”, da pele e da gordura envolvente. Esta excisão, deixa um grande defeito que leva várias semanas a fechar completamente, o que obriga, mais uma vez, a múltiplas sessões de pensos demorados e dolorosos. Enquanto a cicatrização não estiver assegurada por completo, o doente não pode ter uma vida ativa completa. O pior mesmo, é que o reaparecimento da doença após tratamento cirúrgico é muito comum, com taxas de recidiva superiores a 20% reportadas após a excisão, o que resulta em taxas de morbilidade elevadas.
A nossa equipa de cirurgiões está a utilizar, no Hospital de Santa Maria – Porto, uma combinação de duas evoluções tecnológicas que permitem, na grande maioria dos casos, tratar de forma quase sempre definitiva e indolor os “sinus pilonidais”. O tratamento deixa de ser centrado num momento cirúrgico de remoção do quisto e passa a ser faseado em três etapas: um momento pré-operatório, um momento cirúrgico sem “cortes” e um momento pós-operatório.
Nos períodos pré e pós-operatórios, o doente é acompanhado por um cirurgião e uma enfermeira diferenciada, e é submetido a várias sessões de tratamento com luz intensa pulsada. O efeito final é a drenagem e cicatrização dos tecidos. Em ambos os períodos (pré e pós-operatório), é feito um acompanhamento ecográfico da lesão, para poder ajustar a terapia às necessidades de cada doente.
O momento cirúrgico em si, com alta hospitalar após o recobro, é feito com recurso a uma consola de Laser. A energia libertada vai provocar a contração dos tecidos e posteriormente promove a cicatrização e fibrose dos mesmos. Assim, em vez de se cortar uma grande porção de tecido, aproveita-se a existência das fístulas, quando existentes, ou cria-se uma pequena abertura inferior a um centímetro, para aceder ao quisto e “queimar” todo o seu interior e todos os trajetos que dele saiam. A dor pós-operatória é praticamente inexistente, e o doente não necessita de mais cuidados de penso, podendo de imediato voltar à vida ativa, quase sem restrições.
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Revisão Científica: Dr. Nuno Muralha e Dr. Luís Madureira, Médicos de Cirurgia Geral
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