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A vertigem é um sintoma (e por si só não é uma doença) em que o paciente experiência uma sensação de rotação do ambiente ou do próprio sobre o ambiente e, em alguns casos, pode acompanhar-se de náuseas e inclusive vómitos. Por vezes, os pacientes referem tonturas ou desequilíbrio e, em determinadas situações, esses sintomas (particularmente se estiverem associados a surdez, zumbidos ou sensação de ouvido tapado) podem dever-se a doenças relacionadas com o ouvido interno.
Estima-se que a prevalência anual desta sintomatologia na população adulta geral chegue aos 20%, afectando mais frequentemente mulheres de meia-idade.
A otoneurologia é a área da otorrinolaringologia que se dedica ao estudo e tratamento do sistema vestibular periférico, tendo ainda a capacidade de diagnosticar e referenciar à Neurologia quando os achados dizem respeito ao sistema nervoso central.
Numa consulta de otoneurologia o médico dedica-se à colheita de uma história clínica minuciosa, bem como à observação microscópica do ouvido e dos movimentos oculares (que estão em estreita ligação com os receptores de movimento do ouvido interno) através do uso de óculos de Frenzel. Nesta consulta, são ainda avaliados vários reflexos que representam a integridade das vias de ligação do ouvido interno ao sistema nervoso central e musculo-esquelético.
Algumas doenças que o otoneurologista tem a capacidade de diagnosticar e tratar são a Vertigem Paroxística Posicional Benigna (VPPB ou vulgo doença dos “Cristais”), a Doença de Ménière e os eventos vestibulares agudos (como as neuronites e as labirintites). O otoneurologista pode ainda intervir em situações particulares de Enxaqueca Vestibular, Mal de Desembarque, vertigem pós concussional/traumatismo craniano e Persistent Postural Perceptual Dizziness (estado de tontura/instabilidade > 3 meses). Importa ainda referir que, previamente à maioria das cirurgias de ouvido, é importante uma avaliação vestibular cuidadosa.
O estudo e orientação das doenças do ouvido interno envolve profissionais e tecnologia avançada. O Hospital de Santa Maria – Porto dispõe não só de uma equipa de Otorrinolaringologia e Audiologia experiente e capacitada na área da vertigem, bem como de equipamentos de última geração tais como: audiometria, impedancimetria, potenciais auditivos evocados do tronco (PEAT), videonistagmografia (VNG), potenciais miogénicos evocados vestibulares (VEMPs) e vídeo-head impulse test (vHit).
Os tratamentos disponíveis para as afectações vestibulares periféricas são personalizados e vão desde alterações higieno-dietéticas e de hábitos de sono até uso de fármacos, reabilitação vestibular e, em casos seleccionados, injecções intra-timpânicas de corticóides e/ou gentamicina (antibiótico), bem como cirurgia avançada do ouvido.
Em específico para a Vertigem Paroxística Posicional Benigna, que se trata da doença do ouvido interno mais frequentemente implicada na sensação de vertigem na população adulta, há ainda uma série de testes realizados durante o exame físico na consulta para perceber exactamente qual o canal semicircular afectado (cada ouvido interno tem três: anterior, lateral e posterior), bem como várias manobras terapêuticas para o reposicionamento dos otólitos (“cristais”) de volta até ao seu local de origem (utrículo). Este é um exemplo de uma patologia tratada especificamente pelo médico otorrinolaringologista/otoneurologista, dispensando, na grande maioria dos casos, utilização de fármacos.
Por fim, importa salientar que a orientação multidisciplinar destas doenças é muitas vezes necessária, pelo que a referenciação a áreas como a Neurologia, Psicologia/Psiquiatria e Fisioterapia é sempre tida em conta para cada paciente.
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