Medicamentos biológicos no tratamento das doenças reumáticas e inflamatórias

Os medicamentos biológicos representam um avanço significativo no tratamento de doenças reumáticas e inflamatórias, como a artrite reumatoide, espondilite anquilosante, psoríase entre outras. Desenvolvidos através de biotecnologia, estes medicamentos são compostos complexos, aparentados com estruturas existentes no organismo humano, como anticorpos ou receptores solúveis, e atuam diretamente em alvos específicos.

Ao bloquear moléculas-chave envolvidas no processo inflamatório, como, por exemplo, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) ou algumas interleucinas, os medicamentos biológicos reduzem a inflamação, aliviam os sintomas, previnem danos articulares e melhoram a qualidade de vida dos doentes. Ao contrário dos imunossupressores tradicionais, a sua ação direcionada proporciona maior eficácia e menor risco de efeitos colaterais.

Estes medicamentos são indicados para doentes que não respondem adequadamente às terapias convencionais ou que apresentam formas mais graves da doença. Contudo, o seu uso deve ser avaliado por um reumatologista, considerando fatores como histórico clínico e risco de infeções.  “Quando existe indicação para este tipo de tratamento, o doente deve ter o plano de vacinação normal, mas deve fazer também a vacina da pneumonia e a da hepatite e tem de fazer um despiste da tuberculose latente. Mas, com toda a experiência que já temos na utilização destes fármacos, ao longo dos anos, temos cada vez mais informação sobre a sua segurança”, refere a propósito o Prof. Doutor Carlos Vaz, médico Reumatologista do Hospital de Santa Maria – Porto.

Os biológicos transformaram o panorama terapêutico, permitindo que muitos pacientes retomem suas atividades diárias e vivam com mais conforto e autonomia. “São fármacos que oferecem benefícios notáveis: reduzem a inflamação de forma eficaz, aliviam a dor, melhoram a mobilidade e previnem danos articulares, preservando a função e a qualidade de vida dos pacientes”, acrescenta o Prof. Doutor Carlos Vaz. A ação direcionada destes medicamentos também minimiza os efeitos colaterais sistémicos comuns de outro tipo de terapêuticas e permite controlar casos graves ou mais resistentes aos tratamentos convencionais, transformando o prognóstico dessas condições.

Relativamente às suas contraindicações, são muito específicas, principalmente devido ao risco de infeções graves, já que podem comprometer o sistema imunológico. Os medicamentos biológicos não devem, por isso, ser usados por pacientes com infeções ativas, tuberculose não tratada, hepatites B ou C não controladas e, em alguns casos, por pessoas com histórico de cancro recente. Alguns destes fármacos são também contraindicados em casos de insuficiência cardíaca grave. De qualquer modo, são sempre realizadas avaliações médicas detalhadas antes de iniciar a terapia: “cabe ao médico verificar algumas situações que podem ter consequências, mas existem protocolos muito bem definidos que nos permitem utilizar estes fármacos de uma forma bastante segura e eficaz”, explica o Prof. Doutor Carlos Vaz.

De referir ainda que, com a massificação da sua utilização e com os medicamentos biossimilares, o custo desta terapêutica está também mais baixo, o que permite que muito mais pessoas possam ser tratadas com ela. Saliente-se que o Hospital de Santa Maria – Porto acaba de ver renovada a autorização para Centro Prescritor de Agentes Biológicos, o que representa um reconhecimento por parte das autoridades de saúde pela prescrição deste tipo de medicamentos pelas suas equipas clínicas.

 

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