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A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença comum, que se pode prevenir e tratar, sendo caracterizada por sintomas respiratórios crónicos e obstrução das vias aéreas devido a anomalias nos alvéolos e nas vias aéreas pulmonares, habitualmente causadas por exposição significativa a gases ou partículas tóxicas. Os sintomas respiratórios mais comuns incluem a falta de ar, a tosse e a expectoração que não são muitas vezes valorizados e referidos pelos doentes.
O fator de risco mais importante para a DPOC é o fumo de tabaco, mas existem outras exposições ambienciais a gases de combustão e poluição atmosférica que podem contribuir para o desenvolvimento da DPOC. Para além desta exposição, fatores individuais podem predispor ao desenvolvimento da doença como anomalias genéticas, desenvolvimento de pulmão anormal e envelhecimento acelerado.
A evolução natural da DPOC ser pode acompanhada por períodos de agravamento dos sintomas respiratório que correspondem a exacerbações da doença. A maior parte dos doentes com DPOC têm associada à sua doença doenças crónicas significativas que agravam a sua morbilidade e a mortalidade.
A DPOC deve ser considerada em qualquer doente que apresenta falta de ar, tosse crónica ou expetoração e história de exposição a fumo de tabaco ou outros gases de combustão e poluição atmosférica. Para o seu diagnóstico é necessário realizar uma espirometria, exame que permite medir os débitos respiratórios, e que no caso apresentar após broncodilatação, a relação entre o débito expiratório no primeiro segundo com o débito expiratório total inferior a 70%, confirmará a presença de limitação dos débitos expiratórios persistentemente com o diagnóstico de DPOC.
Os objetivos da avaliação da DPOC são a determinação do nível da gravidade da obstrução das vias aéreas, o impacto da doença na qualidade de saúde do doente e o risco relativamente a exacerbações e hospitalizações de forma a orientar as necessidades terapêuticas.
As doenças crónicas concomitantes que ocorrem frequentemente em doentes com DPOC são principalmente as doenças cardio-vasculares, as disfunções musculo-esqueléticas, o síndrome metabólico, a osteoporose, a depressão, a ansiedade e o cancro do pulmão. Estas co-morbilidades devem ser diagnosticadas e tratadas quando presentes, pois influenciam a hospitalização e a mortalidade de forma independente.
Deixar de fumar é a chave fundamental no tratamento da DPOC. Para isso, tratamento de substituição da nicotina e outros fármacos, após a decisão consciente do doente para deixar de fumar, aumentam o número de ex-fumadores a longo termo.
A terapêutica farmacológica na DPOC é predominantemente broncodilatadora inalatória – não cura a doença, mas reduz os sintomas, a frequência e gravidade das agudizações, melhora a qualidade de vida e a tolerância ao exercício.
Cada regime terapêutico deve ser individualizado e orientado pela gravidade dos sintomas, risco de agudizações, efeitos laterais dos fármacos, comorbilidades, o custo/benefício dos fármacos usados, a resposta dos doentes e a preferência e a capacidade de utilização dos dispositivos inalatórios. A capacidade do doente realizar uma técnica inalatória eficaz deve ser avaliada com regularidade.
Vacinação sazonal e pneumocócica, pela diminuição das infeções, diminuem as agudizações da DPOC. A reabilitação respiratória melhora os sintomas, qualidade de vida e a participação emocional nas atividades do dia-a-dia.
Em doentes com doença avançada em repouso, com evidente diminuição dos níveis de oxigénio, a oxigenoterapia melhora a qualidade de vida e a sobrevida, e por isso deve ser usada. Pode igualmente em casos graves e selecionados utilizar-se ventilação não invasiva ou procedimentos broncoscópicos ou cirúrgicos que podem ser benéficos.
Dissemos que a DPOC é uma doença prevenível e é exatamente neste âmbito, numa doença altamente prevalente no nosso país (cerca de 14,2% da nossa população), que podemos atuar com a consciencialização de todos da necessidade imperiosa de deixar de fumar, para que a doença não se instale e outras ações terapêuticas sejam necessariamente implementadas sempre com um objetivo não curativo.
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