Açúcares escondidos nos rótulos: um risco silencioso para a saúde

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O consumo excessivo de açúcares de adição é um dos principais fatores de risco para doenças crónicas não transmissíveis, como a obesidade, diabetes tipo 2 e patologias cardiovasculares. Em Portugal, estima-se que mais de metade da população adulta tenha excesso de peso, e os hábitos alimentares desempenham um papel central neste cenário. Um dos grandes desafios é a presença de “açúcares escondidos” nos alimentos industrializados, ou seja, ingredientes que passam despercebidos, mas que contribuem significativamente para a ingestão diária de açúcar.

Os “açúcares escondidos” são adicionados aos produtos alimentares durante o processamento, mas não aparecem explicitamente descritos no rótulo como “açúcar” Estes são utilizados para adoçar, melhorar o sabor e conservar, e estão presentes em alimentos tais como cereais de pequeno-almoço, pães embalados, iogurtes, bolachas, molhos, refeições pré-confecionadas e refrigerantes.

Os “açúcares escondidos” podem ser agrupados em quatro grandes categorias, cada uma com comportamentos metabólicos distintos:

  • Açúcares Simples (sacarose, frutose, glicose, dextrose, maltose): absorvidos rapidamente no intestino, provocando aumentos súbitos de glicemia e insulina.
  • Xaropes (de milho, glicose, malte, arroz, agave, ácer, invertido): formas concentradas de açúcares, com elevada densidade energética e impacto metabólico significativo.
  • Açúcares menos refinados e outros (maltodextrina, açúcar de coco, açúcar de beterraba, açúcar mascavado, melaço, mel, açúcar de cana, malte de cevada): apesar de parecerem naturais, podem ter índices glicémicos elevados e efeitos semelhantes aos da sacarose.
  • Polióis (sorbitol, manitol, xilitol, eritritol, maltitol, isomalte): utilizados em produtos “sem açúcar”, têm menor impacto glicémico, mas podem, em doses elevadas, causar distensão abdominal, flatulência e diarreia.

A legislação europeia (Regulamento (UE) n.º 1169/2011) obriga à menção dos açúcares totais por 100g ou 100ml, mas não faz distinção entre açúcares naturalmente presentes e açúcares adicionados. Assim, é essencial ler a lista de ingredientes com atenção e reconhecer os nomes alternativos para açúcar.

Algumas estratégias para reduzir o consumo de produtos com elevado teor de açúcar (qualquer tipo):

  • Privilegiar alimentos frescos e minimamente processados;
  • Preparar refeições em casa, com controlo dos ingredientes;
  • Reduzir o consumo de bebidas adoçadas;
  • Optar por produtos com menor teor de açúcares por 100g ou 100ml;
  • Ter atenção à leitura e interpretação dos rótulos.

Estes tipos de açúcar representam um risco silencioso para a saúde pública, mas evitável. A sua identificação e redução são fundamentais para promover escolhas alimentares conscientes e prevenir doenças crónicas.

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