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A Esclerose Múltipla (EM) é uma das doenças neurológicas crónicas com mais impacto social e económico. Surge em qualquer idade, mas é a doença neurológica mais frequente no jovem adulto de forma mais ou menos irregular, e as formas iniciais são na maior parte dos casos recorrentes, mas ao fim de alguns anos há sempre alguma incapacidade progressiva.
Alguns casos são progressivos desde o início e, além de mais graves, têm também um diagnóstico mais difícil. Só recentemente é que surgiram os primeiros fármacos com alguma eficácia para estas formas de apresentação da doença.
Como todas as doenças imunológicas é mais frequente nas mulheres, onde habitualmente surge mais cedo e muitas vezes após um parto. No entanto, usualmente é mais grave e incapacitante nos homens. Muita desta incapacidade funcional tem a ver com as alterações cognitivas, atingimento da medula espinal e pelas alterações esfincterianas e de disfunção sexual.
Atualmente, existem mais opções na escolha do melhor fármaco para cada forma de evolução e de gravidade da Esclerose Múltipla. Há métodos para caracterizar a gravidade da doença e um deles é correlacionar o valor da incapacidade pela escala de EDSS (Escala Expandida do Estado de Incapacidade) e o tempo de evolução. A decisão da terapêutica mais adequada também tem vindo a variar, mas deve ser o mais precoce possível, logo a seguir ao diagnóstico, e de acordo com os sinais de gravidade.
A American Academy of Neurology (AAN) tem publicado regras bem definidas de início precoce do tratamento e com os fármacos mais potentes, mas sobretudo com os mais adequados a cada paciente e em cada momento da doença. Para isso é preciso um bom controlo clínico e imagiológico da doença e, essencialmente, tratar o doente e não só a doença: ter uma boa relação médico-doente, de preferência com um diário de registo feito pelo paciente, e um bom registo informático feito pelo médico e enfermeiro, assim como registo de imagem e de efeitos colaterais ou de ineficácia dos fármacos.
Além da medicação, é também importante o estilo de vida, a dieta com pouco sal e pouco açúcar, uma boa higiene oral, não fumar e manter atividade física adequada às suas capacidades e incapacidades. O desporto, a música e a dança podem ter um papel muito positivo na melhoria.
As alterações cognitivas, que também surgem com a doença e muitas vezes desde o início dos sintomas, também devem ser acompanhadas, porque um dos problemas é o défice de atenção que pode prejudicar algumas atividades da vida diária. Não devemos esquecer que estas doenças atingindo fundamentalmente os indivíduos jovens, podem prejudicar toda a sua vida e se ficarem incapacitados será por muitos anos.
O conselho que damos é que estejam atentos a sintomas fora do comum e que, em caso de dúvida, consultem um Médico de Família ou um Neurologista. Um especialista pode ajudar no despiste da doença ou, se for o caso, acompanhar a sua evolução e tratamento fornecendo todo o apoio necessário.
Poderá encontrar mais informação útil nos seguintes websites:
Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla: https://spem.pt/
Associação Nacional de Esclerose Múltipla: https://www.anem.org.pt/
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