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Quando ocorre um acidente vascular cerebral (AVC) uma parte do cérebro fica desprovida de circulação sanguínea, devido a esta privação as células cerebrais nessa zona ficam sem oxigenação e podem morrer.
As consequências desta lesão numa pequena parte do nosso cérebro, pode ser entendida por analogia com uma avaria do quadro elétrico das nossas casas. Se o fusível avariado for o do forno elétrico, este aparelho ainda que sem qualquer problema, deixa de funcionar por falta de corrente elétrica, pelo contrário se o fusível for o da iluminação, os candeeiros embora sem problemas deixam também de funcionar; e assim sucessivamente com todas as fases do nosso exemplo doméstico.
O nosso cérebro, tal como o quadro elétrico, controla várias funções do nosso corpo. E sempre que existe uma zona do cérebro lesionada, a função que lhe está alocada fica afetada e apresenta-se mais ou menos disfuncional.
O cérebro é constituído por duas metades ou hemisférios, cada uma delas controlando a parte contra-lateral do corpo, por esta via de razões quando uma zona motora do cérebro sofre um AVC, deixa de haver uma função perfeita da metade contrária do corpo. Existem muitas gradações de severidade e de atingimento motor, contudo a hemiplegia é a forma mais comum. Nesta apresentação metade do corpo funciona de forma perfeitamente normal enquanto que a outra metade do corpo tem sérias perturbações motoras e de sensibilidade.
Os músculos da perna e do braço estão perfeitos, contudo o seu controlo voluntário está geralmente muito afetado depois de um AVC. Rapidamente surge uma espécie de contractura muscular intensa no hemicorpo atingido pela perturbação motora chamada espasticidade, a qual provoca uma disfunção global da mobilidade em muitos doentes afetados por AVC.
É muito importante na fase inicial a fisioterapia como forma de evitar que as contracturas musculares evoluam para deformidades articulares permanentes, uma perigosa consequência da espasticidade a qual prejudica ainda mais a liberdade de movimentos. A medicação que promove o relaxamento muscular e a toxina botulínica têm também papéis importantes para contrariar a tendência para a instalação de deformidades articulares.
Infelizmente, e apesar dos esforços de todos, as deformidades articulares permanentes acabam muitas vezes por se desenvolver, através de encurtamentos mio tendinosos e capsulares.
O exemplo mais comum desta situação é a deformidade e equino varo do pé do hemiplégico. Esta deformidade em que o pé adota de forma permanente uma posição em “bico de pé”, geralmente acompanhado por uma rotação interna e uma flexão pronunciada dos dedos; prejudica muito a marcha e até a capacidade de se suster sozinho em pé.
A deformidade em equino varo do pé é tão destrutiva da função que com frequência obriga a utilização de talas rígidas e botas para contrair a posição deformada do pé.
Nesta situação limite a ortopedia moderna pode ajudar, corrigindo a deformidade e permitindo uma marcha melhorada, e sem incómodas talas de correção para o pé equino varo pós AVC, tornando compatível a marcha com um pé em apoio total.
Também bem conhecido de todos é a atitude em flexão do punho e mão presente nestas situações, esta deformidade para além de disfuncional é bastante penalizadora em termos de imagem corporal, a ciência ortopédica atuando sobre as contraturas pode também reduzir esta deformidade diminuído o seu aspeto negativo.
Embora a função raramente fique como era antes do AVC, em casos selecionados é possível através de intervenções ortopédicas bem dirigidas, melhorar substancialmente a postura, a marcha e até mesmo a imagem corporal nestas situações sequelares de AVC.
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